
Retomando nosso artigo anterior sobre delineamentos, a aplicação da estatística no meio acadêmico está relacionada, em geral, ao delineamento de pesquisas, e isto é muito mais que a análise, na verdade consiste em desenhar o experimento, ou seja, avaliar o objetivo do estudo e assim determinar: o plano amostral, variáveis e instrumento de coleta utilizados. Para tal, pode-se dividi-los em dois tipos:
- Delineamentos experimentais;
- Delineamentos observacionais.
Neste artigo serão tratados os delineamentos experimentais, em que o pesquisador faz intervenções, visando analisar o efeito na característica de interesse (desfecho). Temos basicamente 2 tipos, tratados a seguir.
Randomizado
A partir de uma característica de interesse (desfecho), em geral, seleciona-se duas amostras, através de métodos de alocação aleatória, em que uma amostra sofre a intervenção e a outra não (controle). Assim, faz-se um estudo prospectivo.
Vantagens:
- Controle de viés na seleção de indivíduos e fatores de confundimento;
- Fortes evidências;
- Possibilidade de múltiplos desfechos;
- Utilização de medidas de incidência.
Desvantagens:
- Alto custo e possível longa duração;
- Impossibilidade por questões éticas;
- Como é prospectivo, está sujeito a perda de observações ao longo do tempo.
Não randomizado (quase experimental)
Segue a mesma ideia do randomizado, ou seja, temos duas amostras, porém o método de alocação não é aleatório.
Vantagens:
- Alternativa ao estudo randomizado, em caso de impossibilidade por questões de custo e logística.
Desvantagens:
- Viés dado pela amostragem não-aleatória;
- Impossibilidade de inferência causal direta.
Esta foi uma introdução ao estudos experimentais, caso tenha interesse em conhecer mais, entre em contato:
Referências e inspirações:
- NEDEL, Wagner Luis; SILVEIRA, Fernando da. Os diferentes delineamentos de pesquisa e suas particularidades na terapia intensiva. Rev. bras. ter. intensiva, v. 28, n. 3, p. 256-260, 2016.